Relatos de experiências
com Leitura e Escrita a fim de associá-las ao grupo
Relato da
Professora Aparecida Lucia Feitosa
Meu Deus! Como começar? Minha
infância foi triste! Meus pais não eram letrados, eu também não tive apoio para
estudar. Da minha infância nada me lembro, portanto, acredito não ter lido
nada. Vivi no meio da música, meus pais eram cantores de músicas sertanejas de
raiz. Eu não lia nada, mas cantava muito bem com eles. Quanto às estórias,
quando estávamos reunidos entre amigos (peões), meus pais sempre contavam
estórias de assombração e de lobisomens, que mantenho até hoje vivas em minha
mente. Só fui cursar a 5ª série (6º ano) com 19 anos junto das criançadas, tudo
isso porque meu pai dizia que mulher era para ser dona de casa. Depois de
adulta, já no ginásio como diziam hoje Ensino Fundamental II que tive os
primeiros contatos com livros. Minha primeira leitura foi da Coleção Vaga-Lume.
Só fui apaixonar-me pela leitura na faculdade, onde li quase todos os livros
clássicos da literatura, daí em diante não parei mais. Com muitos obstáculos
vividos, sou hoje professora e incentivadora da leitura para esses jovens. A
leitura me alimenta, por isso, hoje leio por prazer. Meu companheiro de todas
as noites é o livro. Vivo correndo atrás do tempo perdido na infância.
Relato da professora Caren Josefa
Barreti Padilha da Motta
Minha experiência com a leitura
começa através dos incentivos de minha mãe, que nos proporcionava momentos
agradáveis de leitura. Em todo canto da casa encontrávamos gibis, revistinhas
de diversos gêneros de leitura. Enquanto crescia, o gênero modificava, até
porque é normal durante o amadurecimento. Por volta dos meus 8 anos, comecei a
colecionar papéis de carta, assim iniciou-se uma coleção de papéis coloridos e
com imagens diversas. Esses papéis eram usados para corresponder-me com uma
amiga que mudou de cidade. Ficava superempolgada toda vez que minha mãe
comprava um novo papel de carta. Assim começa minhas experiências de leitura e
escrita.
Relato da professora Maria dos
Santos Tesolin
Minhas experiências de leitura e
escrita começaram na infância. Meus pais na tiveram a oportunidades de
prosseguir seus estudos além da quarta série, mas eram pessoas sábias e faziam
questão de que nós (filhos) estudássemos. À noite, após o jantar, meus pais e
meus tios contavam lendas, histórias de onças e de assombração, das quais me
recordo com saudades e, alguma delas não sei se eram verdadeiras ou inventadas,
pois naquele tempo, essa prática era feita oralidade e já diziam o ditado: “Quem
conta um conto, aumenta um ponto”. Nasci
e estudei em escola agrícola, a qual pertencia à comunidade local. Minha
professora era Dona Josefa, que era comadre de minha mãe. Dona Josefa me
alfabetizou e mostrou-me o caminho da leitura. Na minha infância, eu lia livros
de Monteiro Lobato, livros esses e muitos outros que Dona Josefa me emprestava,
lógico! Lia deitada na rede ou encostada numa jabuticabeira, que de quando em
quando, interrompia a leitura para degustar os frutos do pomar. Já na minha
adolescência, numa viagem de trem a Presidente Prudente, ganhei um diário de
minha prima, no qual escrevi várias poesias sobre natureza. Natureza vista pela
janela do trem, a partir dessa fase, tomei gosto pelas letras e hoje sou uma
professora realizada com a profissão que escolhi.
Relato da
professora Carla Roberta das Neves
Minha
experiência com a leitura e escrita começou na infância. Meu pai sempre foi um
grande contador de histórias, ainda hoje ele tem esse dom. Isso me fez, desde
muito pequena , muito curiosa em
relação à escrita. Eu acompanhava as histórias infantis que ele lia, olhando as
gravuras. Depois comecei a gostar de
gibis, aprendi a produzir quadrinhos, usava os cadernos que sobravam, tinha
personagens fixos apesar de pouco diálogos e desenhos muito estranhos de
bonecos palito...
A leitura
sempre me ofereceu um mundo à parte, o que era fascinante. Na biblioteca da
escola, comecei a gostar de Sherlock Holmes. Vibrava com as aventuras, admirava
o poder de dedução do detetive. Mas entre um de mistério e outro, a
bibliotecária começou a desconfiar das minhas boas intenções literárias. Deve
ter pensado que eu a enganava, que não lia os livros que levava para casa,
afinal era um por dia, alguns com até com duzentas páginas, e eu só tinha doze
anos. Um dia, me pôs sentada em sua frente e perguntou como era a história do
livro. Quis detalhes, repetiu perguntas eu me saí bem, afinal. Então ela se deu por satisfeita, continuei a
ler em paz, não sem as reclamações da minha mãe, que queria mais ajuda na casa.
A leitura
trouxe a vontade de escrever. E foram poemas, contos e até um manuscrito num
caderno que eu chamava de meu livro! Circulou pela vizinhança, passou por
alguns colegas da escola, ainda tenho, guardo com muito carinho. Faz parte de
um acervo de memórias que me estimulam a compartilhar o prazer da leitura e da
escrita.
Professora Aparecida, lendo o seu depoimento, fica ainda mais clara uma certeza que trago comigo: nunca é tarde para começar e para gostar daquilo que se começou um pouco mais tarde!
ResponderExcluirSandra Yabiku Ferraz Fulini
Belos relatos, a leitura está aberta para o futuro, para novas conquistas, sucesso e parabéns!!!!!!
ResponderExcluir