quarta-feira, 5 de junho de 2013


Relatos de experiências com Leitura e Escrita a fim de associá-las ao grupo

Relato da Professora Aparecida Lucia Feitosa

Meu Deus! Como começar? Minha infância foi triste! Meus pais não eram letrados, eu também não tive apoio para estudar. Da minha infância nada me lembro, portanto, acredito não ter lido nada. Vivi no meio da música, meus pais eram cantores de músicas sertanejas de raiz. Eu não lia nada, mas cantava muito bem com eles. Quanto às estórias, quando estávamos reunidos entre amigos (peões), meus pais sempre contavam estórias de assombração e de lobisomens, que mantenho até hoje vivas em minha mente. Só fui cursar a 5ª série (6º ano) com 19 anos junto das criançadas, tudo isso porque meu pai dizia que mulher era para ser dona de casa. Depois de adulta, já no ginásio como diziam hoje Ensino Fundamental II que tive os primeiros contatos com livros. Minha primeira leitura foi da Coleção Vaga-Lume. Só fui apaixonar-me pela leitura na faculdade, onde li quase todos os livros clássicos da literatura, daí em diante não parei mais. Com muitos obstáculos vividos, sou hoje professora e incentivadora da leitura para esses jovens. A leitura me alimenta, por isso, hoje leio por prazer. Meu companheiro de todas as noites é o livro. Vivo correndo atrás do tempo perdido na infância.

Relato da professora Caren Josefa Barreti Padilha da Motta

Minha experiência com a leitura começa através dos incentivos de minha mãe, que nos proporcionava momentos agradáveis de leitura. Em todo canto da casa encontrávamos gibis, revistinhas de diversos gêneros de leitura. Enquanto crescia, o gênero modificava, até porque é normal durante o amadurecimento. Por volta dos meus 8 anos, comecei a colecionar papéis de carta, assim iniciou-se uma coleção de papéis coloridos e com imagens diversas. Esses papéis eram usados para corresponder-me com uma amiga que mudou de cidade. Ficava superempolgada toda vez que minha mãe comprava um novo papel de carta. Assim começa minhas experiências de leitura e escrita.

Relato da professora Maria dos Santos Tesolin

Minhas experiências de leitura e escrita começaram na infância. Meus pais na tiveram a oportunidades de prosseguir seus estudos além da quarta série, mas eram pessoas sábias e faziam questão de que nós (filhos) estudássemos. À noite, após o jantar, meus pais e meus tios contavam lendas, histórias de onças e de assombração, das quais me recordo com saudades e, alguma delas não sei se eram verdadeiras ou inventadas, pois naquele tempo, essa prática era feita oralidade e já diziam o ditado: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”.  Nasci e estudei em escola agrícola, a qual pertencia à comunidade local. Minha professora era Dona Josefa, que era comadre de minha mãe. Dona Josefa me alfabetizou e mostrou-me o caminho da leitura. Na minha infância, eu lia livros de Monteiro Lobato, livros esses e muitos outros que Dona Josefa me emprestava, lógico! Lia deitada na rede ou encostada numa jabuticabeira, que de quando em quando, interrompia a leitura para degustar os frutos do pomar. Já na minha adolescência, numa viagem de trem a Presidente Prudente, ganhei um diário de minha prima, no qual escrevi várias poesias sobre natureza. Natureza vista pela janela do trem, a partir dessa fase, tomei gosto pelas letras e hoje sou uma professora realizada com a profissão que escolhi.

Relato da professora Carla Roberta das Neves

 

Minha experiência com a leitura e escrita começou na infância. Meu pai sempre foi um grande contador de histórias, ainda hoje ele tem esse dom. Isso me fez, desde muito pequena      , muito curiosa em relação à escrita. Eu acompanhava as histórias infantis que ele lia, olhando as gravuras. Depois comecei  a gostar de gibis, aprendi a produzir quadrinhos, usava os cadernos que sobravam, tinha personagens fixos apesar de pouco diálogos e desenhos muito estranhos de bonecos palito...

A leitura sempre me ofereceu um mundo à parte, o que era fascinante. Na biblioteca da escola, comecei a gostar de Sherlock Holmes. Vibrava com as aventuras, admirava o poder de dedução do detetive. Mas entre um de mistério e outro, a bibliotecária começou a desconfiar das minhas boas intenções literárias. Deve ter pensado que eu a enganava, que não lia os livros que levava para casa, afinal era um por dia, alguns com até com duzentas páginas, e eu só tinha doze anos. Um dia, me pôs sentada em sua frente e perguntou como era a história do livro. Quis detalhes, repetiu perguntas eu me saí bem, afinal.  Então ela se deu por satisfeita, continuei a ler em paz, não sem as reclamações da minha mãe, que queria mais ajuda na casa.

A leitura trouxe a vontade de escrever. E foram poemas, contos e até um manuscrito num caderno que eu chamava de meu livro! Circulou pela vizinhança, passou por alguns colegas da escola, ainda tenho, guardo com muito carinho. Faz parte de um acervo de memórias que me estimulam a compartilhar o prazer da leitura e da escrita.

 

2 comentários:

  1. Professora Aparecida, lendo o seu depoimento, fica ainda mais clara uma certeza que trago comigo: nunca é tarde para começar e para gostar daquilo que se começou um pouco mais tarde!

    Sandra Yabiku Ferraz Fulini

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  2. Belos relatos, a leitura está aberta para o futuro, para novas conquistas, sucesso e parabéns!!!!!!

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